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:: 9/dez/2015 . 12:49

MPF investiga envenenamento de crianças indígenas em Mato Grosso

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Peixes envenenados foram deixados no portão de acesso à terra indígena Jarudore, ponto onde crianças da etnia bororo costumam aguardar pelos ônibus escolares. (Foto: Assessoria/PRMT-MPF)

O Ministério Público Federal (MPF) investigação tentativa de envenenamento de crianças indígenas da etnia bororo que vivem na terra de Jarudore, na região do município de Poxoréu (a 259 km de Cuiabá). A terra é objeto de disputa entre índios e posseiros há mais de cinquenta anos, com processo na Justiça Federal, relatos de ameaças e invasões de faixas de terras por ambas as partes.
Segundo o MPF, na última semana peixes envenenados foram deixados por uma pessoa ainda não identificada perto da porteira de acesso à terra indígena, em um ponto onde crianças da aldeia local costumam aguardar ônibus escolares. Nenhuma criança morreu ou chegou a se alimentar dos peixes, mas há relatos de que cinco cães da aldeia e alguns animais silvestres – como tatus e serpentes – morreram com suspeita de intoxicação após ter contato com os peixes.
O caso chegou ao conhecimento do MPF e foi detalhado por agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), que foram até a terra indígena de Jarudore, a cerca de 50 km do centro de Poxoréu. O local tem mais de 4,7 mil hectares tradicionalmente habitados por índios da etnia bororo, mas há mais de cinquenta anos tem sido ocupada ilegalmente também por posseiros que, segundo o MPF, perseguem os indígenas e são responsáveis pela situação de instabilidade crescente na área. O MPF defende que seja realizada uma operação de desintrusão.
Segundo o relato dos agentes da Funai, foram observadas dezenas de besouros e moscas mortas em contato com os peixes deixados na entrada da terra indígena.
As suspeitas de que o alimento envenenado foi deixado ali para atrair as crianças das aldeias também virou alerta para a Polícia Federal (PF), que foi até a área para realizar uma perícia ainda na noite de sexta-feira.
A suposta tentativa de envenenamento das crianças é considerada um ato hediondo e a PF já identificou alguns suspeitos de terem deixado o alimento envenenado com esse propósito. Para o procurador da República Paulo Taek, o caso evidencia a perseguição que vem sendo sofrida pelos bororo por parte dos invasores da terra.

Em Brasília, indígenas manifestam-se contra Matopiba, usinas hidrelétricas e a PEC 215

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Cerca de 200 indígenas dos povos Munduruku, do Pará (PA), e Xerente, Krahô, Ava-Canoeiro, Kanela de Tocantins, Karajá de Xambioá e Apinajé, do Tocantins (TO), realizaram diversas manifestações ontem em Brasília. Entre cantos e rituais, munidos de várias faixas, os indígenas manifestaram-se nos Ministérios da Agricultura e de Minas e Energia e no Congresso Nacional. Dentre as pautas, a luta pela demarcação das terras indígenas e contra o projeto de expansão da fronteira agrícola Matopiba, contra a construção de usinas hidrelétricas em terras indígenas e contra a brutal Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215.
Pela manhã, os indígenas dirigiram-se ao Ministério da Agricultura. Lá, a principal reivindicação era o repúdio ao Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do Matopiba, que prevê a expansão da fronteira agrícola em áreas dos estados do Maranhão (MA), Piauí (PI), Bahia (BA) e do Tocantins (TO). Segundo dados da Embrapa, o Matopiba deve compreender 73 milhões de hectares dentro do bioma cerrado, numa delimitação territorial dentro da qual existem 28 terras indígenas, 42 unidades de conservação, 865 assentamentos e 34 quilombos.
O PDA Matopiba, que foi criado por meio do Decreto Presidencial nº 8447, de maio de 2015, preocupa os indígenas do Tocantins – estado sob influência política da Ministra da Agricultura, a ruralista Kátia Abreu, e proporcionalmente o mais atingido pelo projeto.
Uma semana atrás, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais da região do cerrado assinaram uma carta aberta na qual afirmam que o PDA Matopiba vai impactar agressivamente o bioma Cerrado, além de desconsiderar e invisibilizar dezenas de povos que, há anos, buscam a regularização de suas terras, aumentando a grilagem e a violência física e psicológica já existentes contra as populações do Cerrado.

Assessoria de Comunicação do Cimi

 



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