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A Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), um espaço da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), foi palco de uma festa de sons e cores neste domingo, 24/04, com a Grande Feira Cultural Indígena. O evento, realizado pela Associação Indígena Aldeia Maracanã com apoio da SEC e do Museu da Justiça, contou com feira de artesanato e atividades como palestra, debates, exibição de filmes, contação de histórias, pintura corporal e apresentações étnicas. Segundo a organização, estima-se que cerca de 4.500 pessoas tenham comparecido ao evento ao longo do dia. A feira fechou com chave de ouro a comemoração da Semana Cultural Indígena, em homenagem ao Dia do Índio, que começou em 18/04 e ocupou também a Biblioteca Parque Estadual e o Museu da Justiça com uma programação destinada a adultos e crianças.

A celebração começou cedo no Jardim Botânico, às 9h, com a abertura da feira de exposição e venda de artesanato indígena, pintura corporal dos visitantes e apresentações dos grupos de Pataxós, da Bahia; Fulni-ôs, de Pernambuco; Kayapós, do Pará; Purís, Guaranis e o grupo multiétnico Aldeia Maracanã, do Rio de Janeiro, que apresentaram danças tradicionais e entoaram cânticos de suas tribos. O coral infantil da tribo Guarani e o grupo de dança aborígene Descendance, da Austrália, também se apresentaram. Ao meio-dia, a Oca Huni Kuin virou cenário da contação de histórias e…..

mitos indígenas. Em seguida, o espaço foi cedido às lideranças dos grupos presentes para uma mesa de debates sobre a importância do legado da cultura indígena para a sociedade.

No Parque Lage, o Superintendente de Cultura e Território da SEC, Alexandre Pimentel, comentou: – Este evento, realizado pelo terceiro ano consecutivo, demonstrou, mais uma vez, a capacidade de articulação da Associação Indígena Maracanã (AIAM), que organizou a programação. A SEC vem sendo parceira nessa organização em todas as edições (2014, 2015 e 2016), e esse ano contou também com o importante apoio do Museu da Justiça do Estado. Esse tipo de programação é fundamental para reduzir preconceitos e idealizações, debater problemas e mostrar a riqueza e a diversidade dessas culturas.

O Cacique Carlos Tukano, representante da Associação Indígena Aldeia Maracanã, também satisfeito pela continuação da parceria, afirmou que além de ajudar a difundir a cultura indígena, o evento fortaleceu os laços entre as tribos. “Foi uma honra ajudar a realizar este encontro pela terceira vez no Parque Lage. Estamos mais uma vez gratos por, ao lado de nossos irmãos Pataxós, Kayapós, Purís e tantos outros, poder mostrar nossa cultura viva, nossa tradição”.

Paralelamente, no auditório da EAV, aconteceu a mostra de filmes étnicos. Das 13h30 às 15h30, foram exibidas as películas Índios no Poder (2015), de Rodrigo Arajeju; Tupinambá, O Retorno da Terra, (2014), de Daniela Alarcon; e um documentário sobre a história do coletivo Aldeia Maracanã, todos produzidos por índios. Em seguida teve início uma palestra com o jornalista Rafael Freitas da Silva, autor do livro O Rio antes do Rio, que conta a história dos indígenas que habitavam a cidade antes de sua fundação. A apresentação terminou em um bate-papo com os espectadores.