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Antônio, da etnia terena, é o primeiro indígena que concluiu o doutorado em universidade de MS 

Se na infância ele precisou sair da sua aldeia (ainda sem escola) para estudar na cidade, hoje Antônio Carlos Seizer da Silva trabalha para mudar a realidade das comunidades indígenas do Estado: preparando novos professores para atuar dentro das aldeias, mas também nas universidades, representando a cultura de seu povo. Aos 33 anos, ele é o primeiro indígena de Mato Grosso do Sul a concluir o doutorado em uma universidade do Estado.

“O meu grande interesse sempre foi mudar a formação dos professores. Eu acredito que é possível (e preciso) que a formação não seja só a partir do saber não-indígena. Que não seja uma cópia do ensino das escolas nas cidades. E para isso ser diferente é preciso que tenhamos professores indígenas nas faculdades, na formação desses novos professores que vão atuar nas……

escolas das aldeias”, explica.

Da etnia Terena, Carlos defendeu neste ano a tese de doutorado intitulada “Kalivôno Hikó Terenôe: sendo criança indígena terena no século XXI – vivendo e aprendendo nas tramas das tradições, traduções e negociações”, no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). “Muitas pessoas falam que se você tem internet, televisão e outros aparelhos é porque você está perdendo a cultura, mas não é isso. Na verdade, você está reelaborando sua cultura”, esclarece. escolas das aldeias”, explica.