Eles pediram apoio para o início das demarcações no Estado

ato ecumennico

Lideranças indígenas e movimentos sociais fizeram, no fim da manhã desta quinta-feira (14), um ato ecumênico em frente a Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (14). Eles protestaram contra a demora para demarcação de terras no Estado e ainda reclamaram da morte de índios, nos últimos conflitos de terras, com produtores rurais.

Participaram do evento lideranças das etnias terena, guarani, Kadiwéu e Kaiowás, assim como
integrantes do Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviço), Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), outras entidades e movimentos sociais. Os índios fizeram danças tradicionais e houveram discursos em carro de som, na frente do legislativo.

Sônia Mota, coordenadora do Cese, afirmou que ato é uma demonstração de apoio aos índios de Mato Grosso do Sul, que segundo ela, estão sofrendo “genocídio” no Estado. “Fazemos as denúncias em órgãos internacionais, já fizemos uma ação aqui no ano passado e estamos novamente pedindo apoio do poder público”.

A reclamação principal continua sendo a falta de demarcação de terras, assim como a elucidação de crimes contra indígenas. “Estamos passando por muito sofrimento, mais de 100 anos de luta pela terra, precisamos de apoio das autoridades para que as demarcações aconteçam, não queremos mais brigas com fazendeiros”, disse o cacique Ezequiel João, da etnia Guarani-Kayowás, que vive na região de Dourados.

Já Rafael Oliveira, um dos coordenadores do ato, ponderou que as comunidades indígenas do Estado buscam apenas 3% das terras, mas que precisam lidar com a “morosidade” do processo de demarcação, que aumenta o potencial dos conflitos. “Eles precisam da terra para sobreviver como cultura e povo”, disse ele.

Não houve qualquer discussão ou confusão durante o ato ecumênico, que teve a participação dos deputados Pedro Kemp (PT) e João Grandão (PT). Para o período da tarde, está prevista uma reunião com o procurador-chefe do MPF (Ministério Público Federal), Emerson Kalif e no final do dia seguem para Dourados, onde vão visitar as regiões de conflito.