Comissão discute forma de seleção com Seduc e PGE. *Gazeta de Alagoas

A Comissão de Educadores Indígenas reuniu-se, ontem, com representantes da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-AL). Durante o encontro, foi discutida a permanência dos monitores de origem indígena nas escolas estaduais das comunidades, a realização de um novo processo seletivo para esses educadores e a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

“Com a reunião foi afirmado que os nossos atuais monitores continuarão em suas funções. E que a criação de um novo processo seletivo será analisada. Nesse período, continuaremos lutando pela criação de nosso cargo”, explica o pajé Celson Xucuru-Cariri, da aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios.
O medo da Comissão, afirma, é que, em caso de um concurso público este ano, professores não indígenas assumissem a função dos monitores que já conhecem e preservam a cultura dessas comunidades. “Nós não somos contra criação de um concurso, achamos justo. Mas também queremos a criação de nosso cargo para que possamos garantir a preservação de nossa cultura nas comunidades indígenas”, enfatiza.

Os atuais monitores foram selecionados em 2014. Conforme a PGE, será mantido o ciclo de dois anos de validade no próximo concurso público. Em contrapartida, a Comissão continuará a lutar pela causa da regularização da profissão do professor indígena, que, segundo os representantes, já dura 15 anos. “Por questões políticas, ela ainda não foi concretizada”, revela o pajé Celson.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado divulgou que, a pedido da Seduc-AL e da Comissão dos Educadores Indígenas, um novo edital para a contratação de professores das escolas estaduais das comunidades indígenas será analisado. O trâmite deverá ser informado em até cinco dias.

“O edital em análise na PGE dará lugar a um novo processo seletivo, com duração de dois anos. Enquanto isso, os professores que atuam nas escolas não serão devolvidos, permanecendo com suas atividades. O procurador-geral do Estado, Francisco Malaquias, estima que o resultado da avaliação seja divulgado, no máximo, até a próxima quarta-feira, 1º”, enfatiza.