Cacique Háyó Pataxó Hã-hã-hãe lamenta as vidas perdidas: “Nosso povo tem feito orações em solidariedade às vítimas e familiares da tragédia provocada pela mineradora Vale”

A lama de rejeitos da barragem chegou neste sábado, 26, pelo Rio Paraopeba, às margens da aldeia Naô Xohã, do povo Pataxó Hã-hã-hãe, em São Joaquim de Bicas (MG), segundo o Conselho Indigenista Missionário. Por causa do risco de transbordamento do rio, os índios tiveram de deixar a aldeia. Também foram evacuados alguns bairros do município.

Segundo o cacique Háyó Pataxó Hã-hã-hãe, a água do rio começou a sofrer alterações de coloração na madrugada deste sábado, e durante o dia já foi possível ver peixes mortos. Após deixarem a aldeia, os índios decidiram não ir à cidade, mas ficar na parte alta da área de 33 hectares, ocupada há um ano e meio.

As 25 famílias indígenas foram orientadas a não usar água do rio. A aldeia se estabeleceu após a migração de pataxós do sul da Bahia para Minas. Além de São Joaquim de Bicas, cinco prefeituras da Bacia do Paraopeba emitiram alertas para que a população fique longe do leito do rio.