A exposição fotográfica mostra as lideranças que lutaram pela ‘conquista do território indígena. Foto: Divulgação

Toda mês de abril,  durante a Semana dos Povos Indígenas, o Colégio Estadual da Catarina Paraguassú da Aldeia Caramuru, dos índios Pataxó Hã Hã Hãe em Pau Brasil, realiza  um momento cultural de reflexão. Durante essa terça, 16, houve palestra com professores sobre o assassinato do índio Galdino, paródia em memoria dele, jogos indígenas, perguntas e respostas sobre conhecimentos tradicionais, jogo toca da onça e exposição de fotos e relatos dos líderes da tribo.
“Para os livros didáticos, 19 de abril é comemorado o dia do índio.

Para nós indígenas, é momento de reflexão, porque foi em 18 de abril que atearam fogo em Galdino, nosso parente que lutava pelo nosso território, lá em Brasilia”, relatou a diretora da escola, Deni Pereira.

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“Iniciamos às 08h e encerramos às 16h. Contamos com os alunos do Fundamental I,e II, EJA e Ensino Médio, que, juntamente com os professores do colégio e membros da comunidade, realizaram esse importante evento”, disse a professora.
No Brasil, o 19 de abril serve para lembrar e reforçar a identidade do povo indígena brasileiro e americano na história e cultura atual. Para a comunidade indígena Pataxó, foi mais um  dia de muita diversão e reflexão. “Esse aí do meio é Galdino, nosso líder queimado vivo em Brasília em 18 de abril de 1997 e que veio a óbito no dia 19”, lembra Deni, ao apontar uma grande foto do índio afixada na entrada principal da escola.
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MEMÓRIA
Galdino Jesus dos Santos, nascido em 1952, foi um líder indígena brasileiro, da etnia Pataxó Hã Hã Hãe DE Pau Brasil, que foi à Brasília em abril de 1997, para tratar de questões relativas à demarcação de terras indígenas no sul da Bahia. Em 18 de abril, após finalizadas as comemorações do Dia do Índio, o líder indígena voltou até a pensão em que estava hospedado e, impedido de entrar por causa do horário, abrigou-se em uma parada de ônibus na W3 Sul (bairro central da cidade), onde foi vítima de brutal crime cometido por 5 rapazes da alta sociedade de Brasília, que atearam fogo em Galdino. O líder indígena faleceu no dia 19 de abril daquele ano, justamente no Dia do Índio.
Por: Marcus Paulo/Folha do Cacau