Deputada Neusa celebra vitória no processo de demarcação de terra Tupinambá
Uma semana de muita esperança na Aldeia Patiburi, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Belmonte, no Extremo Sul da Bahia. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, decidiu, nesta quarta-feira (22), que o processo de demarcação das suas terras seja concluído no prazo de dois anos. O TRF1 atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A deputada Neusa Cadore, presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), celebrou a decisão do TRF1, mas lembra que a luta continua. “Parabenizamos a Cacica Cátia e todo o povo Tupinambá. Este foi um grande avanço, mas sabemos que precisamos continuar vigilantes, pois a luta dos povos indígenas continua. Visitamos a Aldeia Patiburi no ano passado (2019). Conhecemos a situação de tensão vivida pelos Tupinambás de Belmonte, as violações contra direitos fundamentais e a história de resistência e enfrentamento da Cacica. A Comissão de Direitos Humanos vai continuar atenta”, finaliza Neusa
No site da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, a Cacica Cátia falou da emoção após a decisão. “Não consigo descrever a emoção e felicidade desse momento. Hoje, temos a certeza de que a justiça está sendo feita. São 13 anos de luta e muito suor do meu povo. A nossa vida faz parte dessa terra, para nós ele é tudo. Esse é um fato histórico e os nossos corações foram tomados por sentimentos de alegria e gratidão. Temos a sensação de missão cumprida e sou muito grata a todos que estiveram conosco nessa jornada”, agradeceu.
Histórico
A Cacica Cátia foi reconhecida em 2017 como “Defensora dos Direitos Humanos sob Risco” e incluída no Programa Federal de Proteção de Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) devido às inúmeras ameaças que vem sofrendo. Ela é uma das 11 cacicas da Bahia e atua há décadas na defesa dos direitos indígenas.
Há 14 anos a líder indígena sofre diversas ameaças dos fazendeiros da região, sendo que em 2014 teve seu filho baleado e poucos meses depois morto em atropelamento até então não elucidado. Em fevereiro de 2019, seu enteado, Deivid de 32 anos, desapareceu quando retornava para o Território Indígena Tupinambá de Belmonte.