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Em um festival que começou com a sessão do seminal Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, passou pelo filosófico Índios Zoró, Antes, Agora e Depois? e culminou com o revelador Taego Ãwa, a questão indígena e seus espaços em conflito esteve em consonância perfeita com o tema da Mostra de Tiradentes 2016, encerrada no último domingo. Além do tema ganhar destaque na Mostra Aurora, a principal do evento, os longas fizeram o público repensar não só a forma como o chamado progresso e também o espectador contemporâneo olham para os índios brasileiros.

Juntos, os três longas traçam um panorama complexo sobre o passado, o contato muitas vezes nocivo e imposto com os brancos  e uma possibilidade de futuro mais promissor, após o apocalipse que a imensa maioria das etnias indígenas do Brasil passou ao longo dos séculos.

Resumidamente, o já clássico Serras conta, e reencena de forma rara e, ao mesmo tempo, verdadeira, a história do lendário Carapiru, um índio Guajá que em 1977, viu sua família ser perseguida e capturada na Amazônia. Ele passou uma década perambulando sozinho nas serras do Brasil. Encontrado por um sertanista, Carapiru foi levado para Brasília e as discussões sobre sua origem mobilizaram antropólogos, linguistas e a mídia do País.