Fundador do Jornal Agora José Adervan (Foto: Diário Bahia)

Envolto em duas grandes paixões – as bandeiras de Itabuna e do Flamengo –, foi sepultado o jornalista José Adervan de Oliveira, no Cemitério Campo Santo, em Itabuna. Ele faleceu no domingo (12), aos 74 anos, após anos de uma luta incansável contra um câncer. O velório e cortejo de despedida reuniram uma legião de admiradores, entre colegas de profissão, políticos, artistas, advogados, médicos, enfim, um público expressivo da região. Os discursos emocionados destacaram a alegria, coragem, empreendedorismo, otimismo, perseverança, alavanca de lutas em defesa do sul da Bahia. Adervan, fundador do jornal Agora junto com Ramiro Aquino, exerceu até os últimos dias suas maiores paixões: o jornalismo e a política.

A carreira robusta incluiu participações no rádio de Itabuna. Foi, inclusive, comentarista na antiga Rádio Clube (hoje Nacional). Ao lado de Ramiro Aquino, comandou uma equipe de transmissão esportiva que cobriu a Copa do Mundo, na Espanha. Quando funcionário do Banco do Brasil, onde se aposentou, foi também presidente da AABB.

Formado em Economia, chegou a ser professor substituto da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz). Ele nasceu no município de Alagoinhas, mas veio para Itabuna ainda criança. Adervan era amante do futebol e gostava de dividir uma boa pinga numa roda de bate-papo com amigos.

Admiração manifestada

O gosto pela política surgiu ainda no movimento estudantil, onde foram forjados tantos líderes. Ele militou no PSDB, foi presidente do diretório local e chegou a ser candidato a prefeito de Itabuna, em 2008. Temas ligados à política, aliás, predominavam na coluna diária que o jornalista mantinha.

“O jornalismo político fica mais pobre. Adervan era apaixonado pelo fascinante mundo do comentário, da análise e da opinião, seja na sua coluna nas páginas do Agora ou em qualquer outro lugar. Lá, em um lugar chamado de eternidade, vai se encontrar com [Eduardo] Anunciação. E o óbvio ululante é dizer que vão conversar sobre política, política e política”, declarou o articulista Marco Wense.

Sobre a postura do profissional, assim analisou Carlos Leahy, diretor promocional da CDL: “Era uma pessoa que sempre pensava pra frente, conversava com os amigos, nunca se queixou, era uma pessoa com o pensamento sempre positivo. Essa é a lembrança que eu tenho do nosso amigo”.

O também jornalista Ramiro Aquino falou da amizade inabalável entre eles. “Para quanta gente ele deu oportunidade, projetou para o jornalismo. Quando rompemos a sociedade, continuamos amigos; não havia outra forma de continuar a nossa relação, era uma grande figura”.

Adervan deixou viúva, dona Ivone, e três filhas, Roberta, Fernanda e Andréa. A perda foi lamentada por várias entidades, com notas de pesar dispostas a seguir.

Fonte:( Diário Bahia)