Por Guilherme Cavalli, da assessoria de comunicação – Cimi.

Em reunião no último domingo (12), um grupo de lideranças indígenas apresentou ao comissário da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), James Cavallaro, a soturna realidade das comunidades indígenas no Brasil

Marco Temporal, parecer 001/2017 da Advocacia-Geral da União (AGU), Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 215, desmonte da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), constantes violências, massacres e criminalizações das lideranças indígenas. As violações de direitos humanos contra os povos indígenas trazidas a pauta na reunião serão abordadas hoje (13) na presença da presidência da FUNAI e do Governo brasileiro. Entre 2013 e 2015 – últimos dois períodos de sessões da Comissão Interamericana -, o Brasil se comprometeu a enfrentar as fontes das ameaças aos povos indígenas – o que significaria a demarcação dos territórios. Contudo, o Estado não avançou nos processos de demarcação. 

“Os povos indígenas, principalmente os que estão no Mato Grosso do Sul (MS), vivem em estado de calamidade. Sem demarcação, crianças, idosos, muitas famílias estão na beira da estrada, cobertos por lonas pretas”. A dura realidade enfrenta no MS devido à desigualdade territorial foi um dos principais eixos da fala da liderança Eliseu Lopes. São 74 terras tradicionais sem providência no estado. O integrante da Aty Guasu, grande assembleia Guarani, relatou a responsabilidade do governo federal diante da violência praticada contra os povos originários. “A política de extermínio é um projeto. O Brasil é um estado que se ergueu com sangue indígena. O Brasil precisa se responsabilizar por sua política de morte dos nossos povos”.