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Entrevista: Irineu Nje’a defende indígenas e renovação

Irineu Nje’a é candidato a deputado estadual pelo PCdoB – *Thiago Navarro

Candidato a deputado estadual concorre pela 1.ª vez em uma eleição; ele é professor e organizador da Semana Indígena de Bauru, a Araci

O candidato a deputado estadual Irineu Nje’a (PCdoB) nasceu e foi criado na terra indígena de Araribá. Formado em História, ele é professor e organizador da Semana Indígena de Bauru, a Araci. Pretende lutar pela educação, valorizar os indígenas e a saúde da população, além de enfatizar os grupos que sofrem mais preconceito na sociedade. Ele dobra com o deputado federal Orlando Silva, do mesmo partido e candidato à reeleição

O que levou o senhor a ser candidato?

Esta é a primeira vez em que sou candidato. Ao longo da minha vida, sempre fui autêntico, mostrando para as pessoas quem realmente eu sou. Entrar no mundo político já era um pensamento, mas ainda não havia uma definição de quando isso aconteceria. Chegou um momento em que procurei o PCdoB e fui bem recebido. Eu já desenvolvia as atividades da Semana Indígena, a Araci, e eu já pensava em algum dia em me candidatar. E o cenário hoje é de eleições para deputado, por isso saí como candidato a deputado estadual. Ainda estou levando o meu trabalho para as pessoas e sei que eu tenho a capacidade de encarar o desafio, sou persistente, pesquiso, vou atrás do conhecimento, e o principal de tudo é buscar ajudar as pessoas. Eu faço um trabalho da questão indígena de forma totalmente voluntária. Hoje, sou conhecido fora por isso. As pessoas estão começando a conhecer em outros lugares do País, que é o legado de buscar ajudar o meu povo. E, agora, para ampliar a minha voz e lutar pela sociedade inteira.

 

Quais serão as suas principais áreas de atuação caso seja eleito deputado?

 

Já nas reuniões do partido, em São Paulo, comecei a mostrar que os indígenas devem ter seu espaço. E, na política, deve ser dada a oportunidade a quem nunca teve chance. Somos os anfitriões de todos os povos que chegaram no Brasil. A gente só fez um deputado federal até hoje, que foi o Mário Juruna, e não lembro de algum deputado estadual indígena. São muitas terras indígenas e fazemos um trabalho com os quilombolas, povos que sofreram com a mesma luta por demarcação de terras e reconhecimento dos direitos. O trabalho será para a sociedade, com os indígenas, negros, brancos, pardos, a comunidade LGBT. E, como deputado, vou conseguir estar mais perto de quem mais precisa. Já fui professor da Legião Mirim e nem todos conseguem oportunidade depois. Uma das coisas que deve mudar é isso. Fomentar o primeiro emprego aos jovens vai além do deputado estadual. O governo precisa fazer, mas, estando lá, é possível ajudar a sair do papel e viabilizar como o jovem pode conseguir o primeiro emprego. A agricultura familiar é outra prioridade. Os recursos que chegam a esses pequenos produtores ainda são reduzidos. Já os indígenas, mesmo tendo as terras demarcadas, não conseguem empréstimos, acabam indo buscar renda longe, até em outras regiões do País, simplesmente porque não conseguem dinheiro.

 

E na educação, saúde e segurança? O que é prioridade para o senhor?

 

A carga horária do professor aumentou e a violência contra ele também. O salário precisa melhorar e a segurança a eles deve ser maior. Hoje, tem professores que não conseguem nem pegar aula. Outra coisa que eu vejo é levar a cultura indígena nas escolas. Não há verba na educação para levar um palestrante, visitar uma aldeia, e isso faz parte da educação. Esses recursos precisam ser garantidos, pois os movimentos sociais precisam estar dentro das escolas. Na saúde, é difícil, hoje, marcar uma consulta com especialistas, faltam remédios nas farmácias, deve ser pensado como melhorar esse sistema.

 

Na região de Bauru, quais as prioridades?

 

A cidade precisa de muita coisa e, agora, estou vendo também as demandas da região. Em Bauru, dá para eleger um deputado federal e dois ou três deputados estaduais. Mas a sociedade parece distante da política. Todos precisam entender que, se a gente tiver pessoas lutando pela cidade, as coisas vão andar. A gente demora para concluir obras. Há uma estrutura de hospital parada, no Manoel de Abreu, o trânsito está saturado. Então, é muita coisa que a cidade precisa contar de fato com deputados.

*Thiago Navarro/Jcnet

2 respostas para “Entrevista: Irineu Nje’a defende indígenas e renovação”

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