Tamikuã Txihi Gonçalves Rocha, líder indígena Pataxó e Guarani Mbyá — Foto: Sesc/Divulgação.

Pensar o fem
9h às 12h: Abertura da exposição “Imagens de Mulheres Indígenas e suas diversidades”
Local: Hall do Mirante do Rio, na UFPA, Campus Guamá
14h às 17h: Roda de conversa com lideranças indígenas mulheres da região
(Atividade exclusiva para mulheres indígenas)
17h às 18h30: Conversa sobre conjuntura e feminismo comunitário com comissões do CRP10.
Local; Sede do CRP10. Generalíssimo Deodoro, 511. sobre feminismo comunitário e descolonizado, ao lado de Tamikuã Rocha, liderança indígena da região do Pico do Jaraguá, em São Paulo.

Julieta Paredes debate sobre feminismo comunitário, uma perpectiva de equidade de gênero que é anticapitalista e parte da ancestralidade das mulheres da América do Sul — Foto: Universidad Cooperativa de Colombia)

Julieta Paredes debate sobre feminismo comunitário, uma perpectiva de equidade de gênero que é anticapitalista e parte da ancestralidade das mulheres da América do Sul — Foto: Universidad Cooperativa de Colombia)

As inscrições para o evento “Mulheres em movimento: debate e intervenção da Psicologia para garantia da equidade, cidadania e direitos das mulheres” estão abertas no site do CRP 10. Os participantes receberão certificado. A programação será realizada na sede do CRP 10 e na Universidade Federal do Pará.

A programação é uma realização do CRP 10, por meio da Comissão de Povos indígenas e Comissão de Psicologia e Gênero, em parceria com a Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa), Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA (APYEUFPA), Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFPA (PPGP), Projeto Saúde, Cidadania e Direitos Humanos da UFPA, Grupo Inquietações, Universidade da Amazônia (Unama) e Defensoria Pública.

“Precisamos discutir o protagonismo das mulheres indígenas. Temos indígenas que trabalham na psicologia e na saúde mental de indígenas. É preciso acompanhar a diversidade da Amazônia. Aqui na região, temos a maioria das etnias indígenas do país aqui. São mais de 150 etnias aqui”, destaca Eunice Guedes, integrante da Comissão de Psicologia e Gênero do CRP 10.

Programação

No dia 19, a programação abre com a mesa “Mulheres em movimento: equidade, cidadania e direitos das mulheres indígenas”, no auditório setorial básico 1 da UFPA, no bairro do Guamá. A primeira fala será de Julieta Paredes Carvajal, que conduz o debate “Construindo o feminismo comunitário a partir de Abya Yala”.

O feminismo comunitário nasce em 2008, na Bolívia. Tem a sua origem nas lutas de resistência contra o sistema capitalista, patriarcal e colonial, liderado por mulheres indígenas frente às práticas sistemáticas de violação de seus direitos, dos de suas comunidades e povos, assim como dos direitos da natureza e a exploração dos recursos naturais. Trata-se de um movimento com forte cunho político, e que envolva a participação de mulheres, homens e pessoas intersexo na construção ativa de uma realidade mais igualitária e socialmente justa a partir da perspectiva dos povos da América do Sul, continente que do feminismo comunitário tem o nome de Abya Yala – expressão indígena que denomina o continente, sendo o “verdadeiro nome” da região antes da colonização.

Indígena, lésbica e ativista, Paredes foi uma das fundadoras do movimento. É a autora do livro “Hilando fino desde o feminismo comunitário”, que parte do princípio de não enfrentar e nem construir a partir dos direitos individuais, mas, sim, coletivos; a partir dessa comunidade que é lugar de identidade comum, de memória ancestral, e antiburguesa.

“Em geral, ao feminismo não interessou os setores populares ou empobrecidos, menos ainda os setores campesinos, e em nada os indígenas. Movimentou-se historicamente no elitismo, na intelectualidade, nas universidades. Não se pode dizer que tenha se centrado na classe operária. Esse salto qualitativo está sendo dado pelo feminismo comunitário, porque ganha sentido exatamente nas comunidades indígenas, camponesas, bairros populares”, destaca Paredes.

Às 10h15, a programação traz a mesa “A Luta e resistência das indígenas mulheres da região do Pico do Jaraguá, em São Paulo”, com Tamikuã Txihi Gonçalves Rocha. Líder indígena Pataxó e Guarani Mbyá, Tamikuã é moradora da aldeia Guarani Tekoah Itakupé, bacharel em Serviço Social e artista.

“O Brasil está vivendo um momento de obscurantismo e fascismo. Os mercenários estão fazendo fila para iniciar a nova onda de matança dos povos que lutam por seus direitos há 519 anos, matança que, por uns trocados, estão artilhando para matar homens e mulheres, crianças, idosos, dentro dos seus próprios territórios ancestrais. Há 519 anos se impuseram pela espada, hoje se impõem pela bala”, diz.

Ao fim das duas falas, haverá debate que encerra às 12h. A partir de 15h, será realizada a roda de conversa “Feminismo Comunitário como uma estratégia de resistência”, com Julieta Paredes Carvajal, no auditório do ICED, na UFPA. De 19h às 21h, a pesquisadora boliviana lança o livro “Para Descolonizar el Feminismo”, na sede do CRP 10, bairro do Umarizal.

No dia 20, a partir de 9h, será aberta a exposição “Imagens de mulheres indígenas e suas diversidades”, no hall do Mirante do Rio, na UFPA. Às 14h, começa a roda de conversa com lideranças indígenas mulheres da região. Às 17h, haverá conversa sobre conjuntura e feminismo comunitário na sede do CRP 10.

“A programação busca orientar os psicólogos sobre as especificidades de atenção a povos vulneráveis na prática profissional em políticas públicas na região, e contribuir na reflexão sobre a atuação dos profissionais da psicologia junto aos povos e principalmente mulheres de periferia e indígenas”, destaca Jureuda Guerra, presidente do CRP 10.

Serviço

“Mulheres em movimento: Debate e intervenção da Psicologia para garantia da Equidade, Cidadania e Direitos das Mulheres”, dias 19 e 20. Inscrições no site do CRP 10.

19 de março
Mesa: Mulheres em movimento: Equidade, Cidadania e Direitos das Mulheres Indígenas
Local: auditório setorial básico 1 na UFPA
9h às 12h – “Construindo o feminismo comunitário a partir de Abya Yala, com Julieta Paredes Carvajal 10h15 às 11h15h: A Luta e resistência das indígenas mulheres da região do Pico do Jaraguá em São Paulo com Tamikuã Txihi Gonçalves Rocha
11h15 às 12h: Debate
15h às 17h: Roda de Conversa: “feminismo Comunitário como uma estratégia de resistência” Palestrante : Julieta Paredes Carvajal. Local : Auditório do ICED
19h às 21h Debate e lançamento do livro “Para Descolonizar el Feminismo”, de Julieta Paredes
Local: Auditório Willivane Melo, Sede do CRP 10, Generalíssimo Deodoro, 511.

20 de março
9h às 12h: Abertura da exposição “Imagens de Mulheres Indígenas e suas diversidades”
Local: Hall do Mirante do Rio, na UFPA, Campus Guamá
14h às 17h: Roda de conversa com lideranças indígenas mulheres da região
(Atividade exclusiva para mulheres indígenas)
17h às 18h30: Conversa sobre conjuntura e feminismo comunitário com comissões do CRP10.
Local; Sede do CRP10. Generalissimo Deodoro, 511.

Fonte:G1