Tupinambás de Olivença protestam em Brasília contra marco temporal para demarcação de terras
Manifestantes pediram que deputados federais barrassem projetos contrários aos ‘direitos originários’.
Um grupo de indígenas protestaram na noite da terça-feira (21), no Anexo II, da Câmara dos Deputados, em Brasília, contra o chamado “marco temporal” para a demarcação de terras. Os manifestantes pediram que deputados federais barrassem projetos contrários aos “direitos originários”.
A manifestação começou por volta das 18h. “Não ao marco temporal” e “Demarcação já” eram algumas das frases que estampavam as faixas e os cartazes usados pelos indígenas.
O Povo tupinambá de Olivença de Ilhéus, no sul da Bahia, entregaram um relatório de produções agrícolas do seu território, e oportunamente pede a imediata demarcação do seu território tradicional junto a união Européia, que cobre ao governo brasileiro, que cumpra o artigo 231 e 232 da constituição brasileira, que é proteger e demarcar os territórios indígenas no Brasil.Entre as lideranças dos Tupinambás de Olivença, estavam a cacique Valdelice do Amaral, cacique Ivonete, Cacique Ramon dos Santos, o cacique Sival Sussuarana, além de outras lideranças da etnia.
O ato foi pacífico e contou com a presença de representantes de diversos povos, como Tupinambá de Olivença, Xokleng, Guarani Kaiowá, Taurepang, Wapichana e Macuxi.
Os manifestantes também homenagearam o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips. Os dois foram mortos na Amazônia, enquanto viajavam por terras indígenas.
O que é o marco temporal?
Com o marco temporal, as etnias só podem reivindicar a demarcação de terras nas quais já estavam antes da promulgação da Constituição de 1988. A discussão põe ruralistas e povos originários em lados opostos. O governo Bolsonaro é favorável à tese.
No dia 2 de junho, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu retirar da pauta de julgamentos do tribunal a continuidade do julgamento sobre a aplicação da tese do chamado marco temporal na demarcação de terras indígenas no país.
A retomada do julgamento estava prevista para 23 de junho e agora, com a decisão de Fux, não há nova data prevista.
O julgamento começou no ano passado (relembre no vídeo mais abaixo). Até agora, dois ministros votaram: relator do caso, Luiz Edson Fachin se manifestou contra a aplicação do marco temporal; o ministro Nunes Marques votou a favor.
A análise do tema, contudo, foi interrompida em 15 de setembro em razão do pedido de vista — mais tempo para analisar o caso — apresentado pelo ministro Alexandre de Moraes.