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Ariene Susui, de 25 anos, divulgou que agora faz parte do grupo de transição na área de comunicação. Para ela, é importante a representação indígena no grupo.

Ariene Susui, de 26 anos, de acordo com o PPGCom, é a primeira mulher indígena mestra em comunicação no Brasil — Foto: Arquivo Pessoal/Ariene Susui  “É o momento para discutir a democratização da comunicação”, diz a jovem jornalista Ariene Susui, de 25 anos, indígena do povo Wapichana, que nesta quinta-feira (1º) anunciou ser integrante do grupo de transição do governo Lula. Ela é a primeira mulher indígena mestre em Comunicação do Brasil. Roraimense, Ariene é da comunidade Truaru da Cabeceira, na zona Rural de Boa Vista.  O g1 conversou a comunicadora e a ativista.

 

Ela disse ser uma responsabilidade e um grande desafio, mas, ao mesmo tempo, um momento de honra aos povos indígenas. Ariene explica que o convite para integrar a equipe de comunicação da transição surgiu de uma das coordenadoras, a doutora em Comunicação Social, Helena Martins.  “A minha nomeação veio muito mais com esse olhar amazônico, de que eu estou aqui na Amazônia e eu ser uma jornalista indígena também. Eu acredito que é muito importante ter essa participação, de ter uma representação indígena nesse GT [grupo de trabalho], para dar embasamento nesses trabalhos”, disse.

 

O anúncio da participação no GT de comunicação foi publicada nas redes sociais da ativista. Ela explica que, agora, o momento é de realizar relatórios do que foi feito no atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de preparação para os futuros desafios.

 

É muito importante ter a visão dessa diversidade, principalmente pois nós estamos na região da Amazônia e nós sabemos o desafio que é ocupar esses espaços”. Ela também disse que há a necessidade de discutir as pautas indígenas e de povos originários, dando foco para a comunicação feita pelas comunidades.  “A gente sabe que tem grandes redes, com os coletivos de jornalistas indígenas que estão neste cenário. Também dar destaque para essas realidades, para haver mais a democratização da comunicação. Então, é o momento de ter esses olhares e entender esses contextos”.  Além de Ariene Susui, o governo Lula anunciou outros indígenas de Roraima para a equipe, a deputada federal Joênia Wapichana (Rede) e o líder yanomami Davi Kopenawa. Ambos integram a equipe que vai ajudar a montar o Ministério dos Povos Originários, uma das promessas feitas por Lula durante a campanha presidencial.  Joênia e Davi possuem grande relevância em Roraima, em todo o país e até internacionalmente na defesa dos povos indígenas.

 

A escolha dos três é histórica – até então, nenhum indígena do estado havia sido chamado para ocupar um lugar nas equipes de transição em governos anteriores  Primeira mulher indígena mestre em Comunicação De empregada doméstica à primeira indígena a receber o título de mestre em comunicação social do Brasil. Essa é a trajetória da jovem Ariene Susui que com apenas 25 anos conquistou o mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom), da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

A conquista foi dedicada ao seu povo.   A pesquisa de Ariene que garantiu o título tem como tema “Comunicação indígena em Roraima e a criação de novas territorialidades digitais: rede Wakywai, resistências e saberes amazônicos”. De acordo com ela, tem como objetivo estudar como a comunicação indígena percorre as comunidades usando como estudo a “Rede Wakywai”.

*G1