FLIGE NEGRO

Obras e ideias do intelectual foram debatidas em roda da conversa que reuniu especialistas e o público em Mucugê.

A 8ª Feira Literária de Mucugê (Fligê) foi palco de uma homenagem ao escritor e sociólogo Clóvis Moura, celebrando o centenário de seu nascimento. Na última sexta-feira (15), o Casarão das Letras recebeu estudiosos e intelectuais para uma roda de conversa focada no legado de Moura para a historiografia do negro no Brasil.

O evento, que contou com a iniciativa da Fundação Maurício Grabois e da Dandara Editora, marcou o lançamento de quatro obras do autor: “Rebeliões da Senzala” e “Dialética Radical do Brasil Negro” (Editora Anita Garibaldi), além de “História do Negro Brasileiro” e “Clóvis Moura e o Brasil” (Dandara Editora).

Elvio magalhães se emocionou

A discussão reuniu nomes como a socióloga e secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães; o jornalista e diretor da Dandara Editora, Joselício Júnior; e o professor de História, Eduardo Estevam. A mediação ficou por conta do historiador Marcelo Rocha.

Obras que Romperam com Mitos

Nascido em Amarante (PI) em 1925, Clóvis Moura se tornou uma figura central no pensamento social brasileiro. Em 1959, ele publicou a obra que o consagraria: “Rebeliões da Senzala”. O livro foi inovador por confrontar a visão tradicional de uma suposta passividade da população negra escravizada, desmontando o mito da “convivência harmônica”.

Em sua trajetória, Moura destacou a luta de classes como motor das contradições na sociedade escravista, evidenciando a participação ativa e fundamental da população negra na formação da nação. Jornalista, poeta, historiador e pensador marxista, Moura faleceu em 2003, deixando um legado intelectual que continua a inspirar o debate e a pesquisa sobre as questões raciais no Brasil.