A AVORE

“Tratamos de uma agenda altamente positiva e entendemos a necessidade de estudarmos políticas públicas que possam avançar nas questões sociais”, disse o governador na ocasiã.

Em reunião no Palácio Araguaia, realizada no dia 7 de julho passado, com povos indígenas, representados pelos Karajá, o governador Marcelo Miranda se comprometeu em fazer um levantamento de demandas apresentadas por eles e, a partir disso, formular políticas públicas que os ajudem em suas necessidades em diversas áreas. “Tratamos de uma agenda altamente positiva e entendemos a necessidade de estudarmos políticas públicas que possam avançar nas questões sociais”, disse o governador na ocasião.

Presente na reunião, a secretária de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Gleidy Braga, como gestora de pasta articuladora de políticas públicas, propôs a integração das secretarias estaduais, a exemplo da Cidadania e Justiça (Seciju), da Educação (Seduc), do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Saúde (Sesau), do Trabalho e Assistência Social (Setas) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), uma vez que o Estado conta com uma gerência recém-criada, a de Proteção de Povos Indígenas.

Por meio dessa gerência, a Seciju tem estudado as maiores necessidades dos povos indígenas tocantinenses para definir estratégias integradas de atuação. De lá para cá, a Gerência de Proteção de Povos Indígenas da Seciju já realizou três encontros.

A primeira, em 6 de julho, reuniu etnias da região sul do Estado no encontro Diálogo e Perspectivas para os Povos Indígenas do Tocantins (Krahô-Kanela, Javaé, Karajá, Avá-Canoeiros e ainda os Xerente), que aconteceu no Museu Palacinho, em Palmas. A segunda, nesta semana, com os povos indígenas do norte do Tocantins (Apinajé, Karajá-Xambioá, Krahó e Krahó Canela), nos dias 30 e 31 de agosto.

Na abertura do Encontro dos Povos Indígenas do Norte do Tocantins, que ocorreu na Chácara da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Araguaína, Gleidy Braga lembrou que a reunião e a sistematização das demandas indígenas atendem à determinação do governador, e frisou que as estratégias de solução e atuação serão trabalhadas na transversalidade. “Queremos construir uma agenda mais presente nos municípios onde estão os povos indígenas”, assegurou.

Participou da reunião também o diretor de Jornalismo da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), Fernando Ferreira, a quem a secretária Gleidy Braga julgou de extrema importância sua presença, já que se trata de uma pasta que trabalha a comunicação de todas as demais secretarias de forma integrada e que pode contribuir para a realização de campanhas junto aos povos indígenas e também garantir a divulgação da transversalidade das ações de GovernO cacique Paulinho, representante dos povos Karajá-Xambioá, falou que todos sabem da dificuldade na promoção de políticas públicas, pois esse trabalho geralmente perde continuidade com mudanças de governos, mas que costuma participar dessa articulação, uma vez que é seu dever enquanto líder indígena. “Parabenizo o empenho do governador em promover esse momento de diálogo para apresentarmos nossas dificuldades e buscarmos soluções. São grandes as demandas nas nossas comunidades”, avisou.

O cacique falou da Educação, argumentando que não dá para trabalhar esse tema separadamente da Cultura e da Agricultura, e pediu projetos educacionais nas comunidades e mais atenção quanto à infraestrutura das aldeias e seus acessos por estrada.

Já o educador Amaré Gonçalves (Krahó-Kanela), alertou para a sustentabilidade dos povos indígenas. “Nós índios temos que ter garantidas condições econômicas de sobrevivência”, avaliou. Para Joana Munduruku, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (Arpite), é importante manter a identidade e os saberes dos povos indígenas, que estão sob a guarda dos anciões. “Somos protagonistas dessa luta e queremos ser parceiros nela. Não se pode contar a história do Tocantins sem que os índios estejam nela”, lembrou.

  • Encontros
  • Nesses encontros estão sendo escolhidos representantes dos povos indígenas, chamados de delegados, que participarão da Conferência Estadual dos Povos Indígenas, prevista para acontecer ainda este ano, na Capital. “Essa conferência tem como objetivo principal a criação do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Tocantins e posteriormente a isso criar o Plano Estadual de Políticas Indigenistas do Estado do Tocantins. Destaco que o Tocantins é o primeiro estado da Federação a articular a criação do Conselho, discussão essa que começamos em dezembro de 2015”, lembra a diretora de Direitos Humanos, Maria Vanir Ilídio.
  • Dos encontros participam gestores estaduais vinculados às políticas públicas dos povos indígenas: Defensoria Pública Estadual; Defensoria Pública Federal; Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI); Fundação Nacional do Índio (Funai); Naturatins; Ruraltins; Secretaria Estadual da Educação, Juventude e Esporte; Secretaria Estadual de Cidadania e Justiça; Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário; Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Secretaria Estadual de Planejamento; Secretaria Estadual de Saúde; e Secretaria de Trabalho e Assistência Social.