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O “índio” enquanto o Outro foi atirado num espaço de antítese às ideias de civilização, progresso, tecnologia, ciência, educação e moral

Cachoeira, bela cidade no Recôncavo da Bahia, palco das lutas históricas do povo negro pela liberdade, território sagrado dos quilombos e dos terreiros, recebe esta semana indígenas de todo o Brasil para um encontro inédito para debater o racismo contra os povos indígenas.

Um encontro raro e que surpreendeu o antropólogo Kabengele Munanga, professor titular na Universidade de São Paulo e atualmente professor visitante na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia:

Os indígenas são nossos irmãos de luta. Estamos no mesmo barco, mas a ideologia que nos discrimina não quer que nós nos juntemos para discutir problemas comuns, os quais somos todos vitimas. Eu me surpreendi… Tantos anos na Universidade de São Paulo e eu nunca tive uma reunião de negros com índios para discutir e enfrentar nossos problemas comuns. Sempre separados. Sempre me perguntei por que?  Esse encontro para mim é o único na minha história de vida como intelectual e pesquisador aqui no Brasil.”

A mesa de abertura, que começa às 18 horas e terá transmissão pela Radio Yandê, conta com a liderança indígena Ailton Krenak, um dos organizadores do evento, Kabengele Munanga, a escritora indígena Eliane Potiguara e o diretor do Memorial dos povos Indígenas, a liderança indígena Álvaro Tukano.

O projeto de nome “Racismo e anti-racismo no Brasil: o caso dos povos indígenas” nasce de uma rede entre a Universidade de Manchester, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, e o Núcleo de Cultura Indígena, e conta com o financiamento do Arts and Humanities Research Council, do Reino Unido, e que visa a se expandir em novas alianças.

Fonte: Carta Capital