:: 8/jan/2016 . 22:21
66% dos índios em reserva Xavante têm problemas metabólicos
Peter Moon, da Agência Fapesp
São Paulo – O consumo de alimentos industrializados – principalmente refrigerantes – e o sedentarismo têm causado um aumento expressivo nos casos de Síndrome Metabólica entre os índios xavantes das reservas de São Marcos e Sangradouro/Volta Grande, ambas no Mato Grosso.
Entre a população total de 4.065 indivíduos das duas reservas, foram estudados 932 índios com 20 anos ou mais.
Destes, 66,1% apresentaram Síndrome Metabólica, definida como uma condição na qual os fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes mellitus ocorrem em um mesmo indivíduo.
Os seus principais componentes são obesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e distúrbios do metabolismo da glicose.
É o que revela uma pesquisa publicada no periódico Diabetology & Metabolics Syndrome. O trabalho faz parte da tese de doutorado da Profa. Luana Padua Soares, do curso de Nutrição da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), apoiada pela FAPESP.
Comunidade indígena de adolescente morta sofre com chikungunya
Na aldeia Pé de Serra de São Sebastião, onde Danielle Marques de Santana vivia com a familia, 60% dos indígenas apresentam sintomas semelhantes aos da chikungunya, como edemas, dores no corpo e na cabeça, manchas e coceira. Na casa da jovem, além dela, também estiveram doentes seus dois sobrinhos e seus três irmãos. “Só eu e minha esposa, a mãe de Danielle, ainda não tivemos essa epidemia. Mas o resto, todo mundo aqui em casa teve”, contou José Maria Araújo de Santana. De acordo com a agente de saúde e moradora da comunidade Pé de Serra de São Sebastião, Edilene Augusto, o atendimento médico para essa população é escasso.
“Na região de Pesqueira, são 24 aldeias indígenas, onde vivem 11 mil índios. Em cada aldeia há um posto de saúde. Quatro médicos se revezam entre essas 24 aldeias, o que dá um atendimento por mês. Ainda assim, os atendimentos são clínicos. Em casos de emergência, precisamos ir para o hospital municipal de Pesqueira. Mas quando chegamos lá, sempre perguntam por que não procuramos atendimento no posto de saúde, como se não soubessem que aqui não tem médico toda hora. Somos indígenas, não somos bichos”, conta Edilene. Na aldeia Pé de Serra de São Sebastião, vivem 250 pessoas e 61 famílias.
Segundo ela, cada aldeia tem um agente de saúde, morador do próprio povoado, que foi capacitado para trabalhar no combate ao mosquito Aedes aegypti, através da aplicação de hipoclorito nas cisternas. “O que me dói é saber que agora as pessoas estão olhando para nós porque uma indígena morreu em um hospital do Recife. Mas precisou que Danielle perdesse a vida para que a situação de Pesqueira viesse a público. Na comunidade indígena, ela foi a primeira a falecer, mas sei, como agente de saúde, que vários idosos têm morrido no Hospital Lídio Paraíba, com sintomas de chikungunya. Eles são mais frágeis e com a imunidade baixa. E no atestado de óbito, o motivo é sempre virose. Se ela tivesse vindo a óbito em Pesqueira, ia ficar por isso mesmo”, lamentou Edilene.
Resultado do Vestibular Indígena da UFSCar é liberado
Foram convocados nesta 1ª chamada 43 estudantes, pertencentes a 27 diferentes etnias indígenas brasileiras, sendo 30 estudantes para cursos ofertados em São Carlos, 10 para cursos do campus Sorocaba, 2 para cursos do campus Lagoa do Sino e mais 1 estudante para curso ofertado no campus Araras da UFSCar.
A relação dos convocados na 2ª chamada será divulgada no dia 14 de janeiro e a 3ª chamada sai no dia 20 seguinte. Após as matrículas da 3ª chamada os candidatos que não tiverem conseguido vaga poderão participar ainda do processo de reescolha, no dia 21 de janeiro, indicando interesse pelos cursos em que não houve candidato aprovado ou matriculado. Todas as orientações estarão disponíveis no site da UFSCar.
Os candidatos que concorrem à vaga no curso de Licenciatura em Música, ainda foram convocados para a Prova de Aptidão Musical, a ser realziada em São Carlos, no dia 21 de janeiro e dependem da participação nesta nova etapa para saberem seu resultado final.
Vestibular Indígena
O certame para indígenas é realizado graças ao acréscimo anual de uma vaga nos cursos de graduação, destinada exclusivamente a candidatos que comprovem etnia indígena e que tenham cursado o ensino médio em escolas de rede pública.
As provas foram aplicadas no dia 29 de novembro, nas cidades de Cuiabá, Manuas, Recife e São Paulo. Elas foram constituídas por questões de Ciências Naturais, Matemática, Linguagens e Códigos, História e Geografia. Também foram feitos testes de Leitura, Compreensão e Interpretação de Textos mais a elaboração de uma Redação
Governo transporta índios Yanomami para as comunidades
A SEI (Secretaria Estadual do Índio), com o apoio da PMRR (Polícia Militar de Roraima) e a Funai (Fundação Nacional do Índio), realizou nesta quarta-feira (6) a escolta e o traslado de 12 famílias indígenas da etnia Yanomami da sede do município de Mucajaí até a região do Ajarani, no perímetro da Terra Indígena Yanomami. Cerca de 40 indígenas que estavam na sede do município desde o dia 30 de dezembro foram transportados em um ônibus disponibilizados pela SEI até os limites do território.
O responsável pelo 3º Pelotão de Mucajaí, 1º tenente PM Silvio de Araújo, relatou que o traslado ocorreu de forma tranquila, sem nenhum incidente. Ele e outros sete policiais militares acompanharam a ação, que começou às 9 horas e foi finalizada por volta das 15 horas.
“Garantimos que fosse atendido o pedido da Funai. As famílias, assim como seus pertences, como redes e bicicletas foram embarcados e transportados no ônibus até o limite das terras indígenas”, disse.
O titular da SEI, secretário Ozélio Izidório, também esteve presente no traslado e reiterou a tranquilidade da ação, que contou com a presença de três servidores da Funai. “Ocorreu tudo bem. Estes indígenas vão periodicamente até a sede para retirar algum benefício social, buscar algum documento, fazer compras e vender artesanato. Mas a maioria muitas vezes não tem como voltar até as comunidades”, explicou.
Um grupo menor de dez indígenas, também da etnia Yanomami, serão transportados ainda nesta quinta-feira, dia 7, da localidade de Campos Novos, em Mucajaí, até a região do Catrimani, cujo acesso é feito no município de Caracaraí.
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