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Povos indígenas da Bahia em visita ao presidente Funai

Há seis meses, o amazonense João Pedro Gonçalves assumiu a Funai (Fundação Nacional do Índio) e se familiarizou com uma lógica curiosa: as pressões ao órgão aumentam na medida em que o seu orçamento diminui. Em 2016, por exemplo, a Funai terá o menor orçamento em quatro anos. Para complicar ainda mais a tarefa, 2015 registrou o assassinato de diversas lideranças indígenas e terminou com o assassinato brutal de um menino indígena de dois anos de idade, degolado em Santa Catarina enquanto era amamentado pela mãe.
Gonçalves, 62, foi servidor público do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e senador pelo PT-AM, como suplente do ex-senador Alfredo Nascimento (PR) entre 2007 e 2011.
Em entrevista ao UOL, Gonçalves diz que parte da violência contra os indígenas no Brasil é fruto do que ele classifica como “preconceito”, mas nega que o país viva um “genocídio”, como alegam algumas ONGs (organizações não governamentais). Gonçalves também critica a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Funai na Câmara dos Deputados que, segundo ele, faz parte de uma estratégia para enfraquecer o órgão e para aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 215, que dará poderes ao Congresso Nacional para a demarcação e regularização de terras indígenas. A PEC é criticada por Gonçalves e ONGs que temem a influência da bancada ruralista no tema. “É o setor mais atrasado do Congresso”, diz sobre ferindo-se aos ruralistas.