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Corumbá (MS) – Saberes e cultura de várias etnias em um só lugar. A “Tenda dos Saberes Indígenas” tem tido uma movimentação intensa de visitantes que buscam apreciar a cultura dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. Artesanatos de diversos tipos e formatos, colares, cocares, chocalho, pintura corporal, plantas medicinais e até comidas típicas são oferecidas pelos índios na tenda montada na Praça Generoso Ponce.

Estão presentes as tribos Terena, Guató, Guarani Kaiowá, Kamba, Ofaié, Kadiwéu, Kinikinau e Atikum. Kolinã é Terena e atua com ervas medicinais, prefere ser chamado de “conhecedor de plantas”. Ele diz trabalhar com 76 tipos de ervas, mas trouxe somente 33 para comercializar na Tenda. “É uma cultura que é desconhecida pelos jovens; a maioria não conhece as ervas medicinais passadas por nossos antepassados”, explica Kolinã, que ainda diz ser o único Terena do Estado que tem uma quantidade de plantas como a que ele tem. O indígena percorre o Brasil comercializando suas ervas, algumas plantadas, colhidas e processadas por ele mesmo, outras vindas de outros estados como Bahia e Minas Gerais.

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Genoveva Flores é da tribo Kinikinawa, um povo que atualmente vive na Aldeia São João de Porto Murtinho, mas que até o final do ano serão transferidos para a região de Miranda. Ela comercializa ervas medicinais, fibras e madeira. Disse estar gostando de participar pela primeira vez do Festival América do Sul Pantanal. Já Dona Estefânia Salvaterra tem 67 anos é da Tribo Kamba, remanescente dos Cotoca na Bolívia. Ela vende duas bebidas típicas de sua tribo, a chicha, uma bebida gelada, com amendoim, milho, canela e cravo, com sabor sobressaindo o gosto do amendoim e o sumô , um tipo de canjica.

á Edna Carvalho, técnica em contabilidade, levou a filha para fazer pintura corporal, “maravilhosa essa tenda, tudo chama a atenção, gostei muito do apito indígena”, frisa Carvalho.

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A índia pataxó Tâmikuã veio de Porto Seguro (BA), especialmente para o FASP. Ela faz pintura corporal com tintura de jenipapo, e como comercializa artesanato, e com essa renda é que espera poder comprar a passagem de volta. Diz ser a primeira vez que pisa em solo sul-mato-grossense e considera o evento uma oportunidade de difundir a cultura indígena, “quanto mais ampla a divulgação, é bom para manter nossa cultura viva, temos que mostrar para o mundo que nosso povo é guerreiro, lutador e que está há 1500 anos resistindo”, ressaltou a índia. A Tenda dos Saberes indígenas recebe os visitantes na Praça Generoso Ponce, das 16h às 0h.

texto André Messias