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A assembleia estadual dos povos indígenas na Bahia.  Ascom/Sdr

Povos e organizações indígenas, de toda a Bahia, estão reunidos, até a próxima quarta-feira (07), na 3ª Assembleia Geral do Movimento Unido dos Povos Bahia (Mupoiba), com o tema Mupoiba na Defesa dos Territórios Tradicionais Indígenas. A abertura do evento, iniciado com o Toré ou Awê – rito indígena -, foi realizada nesta segunda-feira (05), no Centro de Formação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com a presença de mais de 150 lideranças indígenas, do titular da SDR, Jerônimo Rodrigues e do secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Geraldo Reis.

O secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, destacou que a assembleia é um momento importante para alinhamento do projeto indígena na Bahia e reforçou a capacidade de diálogo desse movimento. “Esperamos que essa assembleia resulte em propostas concretas de temas estratégicos para os povos indígenas e nos colocamos à disposição para dialogar sobre temas como a inclusão produtiva e geração de renda e sair daqui com boas ideias, mais força e mais união”.

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O secretário Geraldo Reis, da SJDHDS, reafirmou a posição do governo em manter um diálogo franco, no consenso e na divergência. “É o Movimento indígena que irá dizer quais são os principais desafios e demandas dos povos indígenas e o que nós iremos trabalhar de pauta administrativa, entre elas a questão da demarcação de terras, que deve estar entre as pautas prioritárias, por ser responsável por tantos conflitos históricos, repercutindo na vida de cada um desses povos”.

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De acordo com o coordenador do Mupoiba, Kâhu Pataxó, essa terceira assembleia tem como objetivo elaborar uma agenda programática de luta dos povos indígenas que inclui temas como territórios, saúde e educação. “Eu, enquanto coordenador do Mupoiba, sou de todos os povos aqui representados e espero que nesse encontro possamos construir uma pactuação entre os povos indígenas da necessidade de preservar os direitos já adquiridos e avançar para mais conquistas”.

A antropóloga Maria do Rosário, afirmou que estava honrada por participar da assembleia e de ter realizado o acompanhamento das questões indígenas em sua trajetória de vida. Ela falou ainda da importância do movimento, que conseguiu atrair um número expressivo de participantes indígenas em um momento difícil de ameaças de conquistas históricas dos povos indígenas e comunidades tradicionais. “Reuniões como essas, em momentos como o atual, são extremamente importantes para o movimento indígena, que tem feito avanços extraordinários”. A antropóloga destacou que atualmente os indígenas são seus próprios porta-vozes, e que o papel das organizações, que atuam nessa área, é de apoiar e se solidarizar com as lutas indígenas.

A cacique Maria Kiriri, do Sudoeste da Bahia, afirmou que “é necessário fortalecer o Mupoiba, um movimento que lutamos tanto conquistar e não podemos deixar enfraquecer. Temos que continuar lutando por nossos objetivos”.

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A assembleia estadual dos povos indígenas na Bahia. Ascom/Sdr

Para o cacique Juvenal Payayá, “é necessário cultivar o que é mais precioso, estar junto daqueles que lutam pela preservação da sua cultura e da natureza. Tenho o orgulho de trazer no meu nome a herança indígena”. O cacique Payayá reforçou ainda a necessidade de unidade entre as diversas etnias.

A abertura do encontro contou com a participação de diversas lideranças indígenas, técnicos da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater/SDR), e representantes do Conselho Indigenista Missionário, Coordenação de Educação Escolar Indígena no Estado da Bahia, Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia, Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas, entre outros.