A luta pela manutenção da identidade cultural dos povos indígenas é uma das principais bandeiras do cacique Aky Abro Kayapó. O cacique é a imagem das peças publicitárias da Semana dos Povos Indígenas

A expectativa é grande no município que se prepara para receber as etnias Kayapó, Tembé, Gavião, Wai Wai, Kuxuyana, Xikrin, Guajajara, Parakanã, Surui e Munduruku, que vão participar de a

A história de São Félix é a história dos povos indígenas na região. Antes da colonização, o território do município era habitado por diversos povos indígenas, dentre os quais destacam-se: Caiapós, Aruaras, Arauetés, Paracanãs e Assurinis. A presença dos povos tradicionais nestas terras, data de muito tempo, ao menos 9.500 anos, segundo dados do Museu Emilio Goeldi. Hoje, 75% da população do município é indígena.

“Este é o nosso município”, comentou o cacique Aky Abro. A escolha da imagem do cacique para as peças publicitárias da Semana foi definida pelos próprios povos, através de assembleia. Aky Abro é uma das lideranças mais atuantes na defesa dos direitos dos povos tradicionais.

Estes povos, muito embora ainda possuam grandes áreas sob seus domínios, foram pilhados, mortos e forçados ao trabalho pelo colonizador que atravessou pela área do município ao longo do tempo.

“Há muito tempo eu brigo pelos direitos dos povos indígenas de todo o Brasil. Eu fico muito feliz por estar participando da semana que vai discutir nosso direito. Os povos indígenas não podem perder sua língua, seus costumes, suas tradições”, ressalta o líder indígena. Seminários e palestras com as lideranças também fazem parte da programação.

A coordenadora da Semana dos Povos Indígenas e também secretária de Educação do município de 120.580 habitantes (segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas-IBGE), Viviane Cunha, explica que a expectativa é grande e que os trabalhos para receber as etnias são intensos. Somente neste sábado, cerca de 600 indígenas já tinham chegado a São Felix provindos de outros municípios do Estado e de todo o Brasil.
atividades culturais, sociais e esportivas.
“A cidade está respirando a cultura Kayapó”, comenta Viviane. Na principal praça da cidade os moradores fazem filas para que mulheres indígenas façam pinturas corporais. A psicóloga Fabiana Silva, 23 anos, foi uma das primeiras a fazer a pintura. “Eu venho acompanhando os preparativos desde o início. Vai ser uma semana muito boa para a cidade. Vai render muita cultura. Muito aprendizado. Eu acho muito lindo. Desde criança que sou apaixonada pela cultura indígena”, comento