Povos Tradicionais: Fapesb lança edital voltado para doenças que acometem a população negra
Um dos focos deste projeto, que é pioneiro entre as fundações de amparo à pesquisa no Brasil, é a doença falciforme
De acordo com Márcio Costa, diretor geral da Fapesb, este programa é pioneiro no assunto. “O edital é o primeiro criado com este foco entre todas as fundações de amparo à pesquisa. Durante a IV CCTI, onde haverá um diálogo com representantes de todo o setor do ecossistema de inovação sobre as demandas para atualizar a política estadual do setor, serão apresentados mais detalhes sobre a Programa, como as linhas de pesquisa. Uma será voltada para doenças falciformes e a outra para os agraves das enfermidades da população negra, com foco em entender os indicadores da sociedade e como as condições de vida influenciam nas doenças desenvolvidas em pessoas negras”, pondera.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Adélia Pinheiro, destaca a importância de investir cada vez mais em pesquisa. “O edital mostra o compromisso do Governo do Estado em buscar as lacunas de conhecimento para o desenvolvimento de pesquisa que traga soluções para a população negra no que se refere às doenças prevalentes nessa população, como a anemia falciforme. Buscamos novos conhecimentos e novas tecnologias que venham agregar qualidade de vida e melhoria da assistência à saúde”.
Parceira no lançamento deste importante edital, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), através da secretária Fabya Reis, afirma que a iniciativa contribui com as políticas de equidade racial na Bahia. “Assim, é possível avançar com ações no campo da atenção integral à saúde da população negra, materializando as recomendações do Estatuto da Igualdade Racial do Estado e da política destinada aos segmentos dos povos e comunidades tradicionais”, considera.
Já o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, ressalta que ainda são necessárias ações para combater o racismo institucional na área da saúde. “É preciso prevenir a cegueira pelo glaucoma, controlar a hipertensão arterial, evitar amputações por pé diabético, além de ofertar cuidados a pessoas com doença falciforme”. Para o conselheiro estadual de saúde, Walney Magno, a viabilização da Política para enfrentar a desigualdade étnico-raciais e combater o racismo institucional, através da melhoria das condições de saúde da população negra, são passos importantes. “avançar no conhecimento é uma das principais ferramentas para acabar como racismo estrutural”, enfatizou Magno, que representa a população indígenas e quilombolas no CES-BA.