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Foto: Divulgação.

A Câmara dos Deputados instalou três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na quarta-feira (17). As comissões vão apurar invasões do MST, manipulações em jogos de futebol e inconsistências no balanço das Americanas. Vinculada ao Congresso, a CPI dos Atos Golpistas deve ser instalada na próxima terça (23)

Em entrevista ao Conectado News concedida nesta quinta (18), o deputado  Valmir Assunção (PT), comentou sobre a CPI do MST. “Será composta por 27 deputados, tendo como relator o deputado Ricardo Sales (PL) , ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), autor da afirmação de que tinha de deixar de “passar a boiada” para cometer os crimes ambientais, justamente na região Amazônica, estou dizendo isso, porque estaremos dialogando com a sociedade sobre a importância da CPI, que é um instrumento importante da Câmara dos Deputados  e do Congresso Nacional, porém, o mais importante nesse momento, com cinco meses de governo, é junto com os deputados, apresentarmos resultados para a população”.

O deputado Valmir Assunção, ressaltou os últimos feitos do governo Lula (PT), como a mudança na política de preços dos combustíveis que possibilitou a redução no valor da gasolina, Diesel e gás de cozinha.    “A população esperando dos deputados ações, como as que foram feitas pelo presidente Lula, como a redução do valor da gasolina, do diesel e do botijão de gás, criando um ambiente para as pessoas terem oportunidade, direito ao crédito e qualidade de vida melhor”, afirmou.

Valmir disse ainda que a CPI do MST poderá também ser utilizada para mostrar os crimes ambientais cometidos pelos ruralistas.

“A CPI estará debatendo questões sérias, sobre tudo, os crimes ambientais que são cometidos por parte dos fazendeiros do agronegócio e o trabalho escravo cada vez mais crescente nessas fazendas”, disse.  Ao ser indagado se a CPI seria motivo de preocupação, o deputado disse que não, que esta não era a primeira vez, que foram instaladas anteriormente cinco comissões, mas que nada conseguiram provar contra o MST.

“Não é a primeira vez que uma CPI é instalada contra os Sem Terra, já tivemos cinco CPIs, nunca conseguiram provar um crime contra o MST, pois, o que chamam de invasão de terra, na verdade está previsto na Artigo 184 da Constituição que terras improdutivas devem ser destinadas a reforma agrária, o grande fazendeiro, que produz, tem produção comprovada em sua terra, tem segurança jurídica, o MST não vai ocupar essas propriedades, as ocupações somente ocorrem naquelas que não cumprem a constituição, é isso que está em jogo no Congresso”.

Sobre as acusações de que o governo da Bahia estaria contribuindo para os atos do MST no estado, Valmir disse que isso não procede, uma vez que o governo do estado tem cumprido todas as decisões judiciais. “O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) que é um excelente gestor, em cinco meses de governo, tem cumprido todas as decisões judiciais de reintegração de posse, não há o que se questionar, outro aspecto, se analisarmos a CPI da Pandemia, é que  não há a prerrogativa de convocação do governador, ele só virar se quiser. Outro grande problema na Bahia é que parte das fazendas não tem título, tem suas propriedades oriundas de grilagem, esse é um dos maiores conflitos existente em nosso estado e claro, quando o MST ocupa gera todo um debate”.

Valmir Assunção concluiu, ressaltando a importância e os feitos do MST e afirmou que a intenção da base bolsonarista é criminalizar os movimentos sociais.  “Mais de 320 mil pessoas passaram pela Feira Nacional da Reforma Agrária, ministros de estado, o vice-presidente da República, diversas autoridades, mais de 1.600 produtos na feira, 1.300 pessoas do Movimento Sem Terra comercializando os seus produtos, ou seja, mostrando para a sociedade o resultado da reforma agrária, ocupa-se a terra para produzir o alimento que chega na casa de qualquer cidadão, mais de 70% do alimento que chega a mesa das famílias vem da agricultura familiar, dos assentamentos, é isso é que defendemos.

A parte bolsonarista do agronegócio querem criminalizar os movimentos sociais, Bolsonaro é contra o índio, o quilombola,  nordestino, e o pobre, eles  perderam a eleição, não têm palanque. Continuaremos a defender os ideais do Movimento e contaremos com o apoio da sociedade”, finalizou o deputado.