A lápide em homenagem a Tibira está instalada na Praça Marcílio Dias, no centro de São Luís.

A crescente onda de homofobia no Brasil está levando LGBTs a deixarem o país, temendo por sua segurança. Porém, a primeira vítima real do preconceito é mais antiga do que pensamos: em 1614, um índio Tupinambá foi morto por sua orientação sexual.

Segundo o Universa, o índio Tibira teria sido amarrado pela cintura à boca de um canhão. Tibira, por sinal, é uma palavra usada na língua tupi para designar índios gays. A morte de um deles é registrada pelo frade capuchinho Yves D’Évreux em seu diário “Viagem ao Norte do Brasil feita nos anos de 1613 e 1614“.Nas páginas, o religioso explica que o índio em questão “parecia mais homem” no exterior, mas era “hermafrodita” e tinha “voz de mulher”. Para os colonizadores brasileiros, isso justificava sua morte – afinal, deus deveria preferir um assassino do que alguém feliz com sua própria sexualidade, né? O índio foi assassinado para “servir de exemplo” e evitar que a homossexualidade se alastrasse como se fosse uma gripe.

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A execução teria ocorrido publicamente aos pés do Forte de São Luís do Maranhão. Embora não houvesse sido autorizada pelo papa ou pela Inquisição, ela contou com a presença de autoridades europeias presentes no Brasil e com líderes de diversas tribos indígenas.

Desde dezembro de 2016, o ato é reconhecido com uma placa que rememora a história do primeiro assassinato por motivações homofóbicas do país.

Fonte: Site Hypeness