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Na terceira edição do Vestibular Indígena Unicamp, a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) chegou a 1.697 inscritos para realizar a prova. É o segundo ano consecutivo que o número fica acima dos 1.500 candidatos. Na edição passada, a Comvest registrou 1.675 inscritos, que havia sido mais que o dobro da primeira edição. A cidade com maior número de inscritos no Vestibular Indígena 2021 é São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com 717 candidatos, um aumento de 40% em relação ao ano passado, quando a cidade registrou 513 inscritos. Tabatinga, também no Amazonas, é a segunda cidade com maior procura pelo Vestibular Indígena Unicamp, com 636 inscritos, contra 837 na edição anterior.

O curso mais procurado é Nutrição, seguido de Engenharia da Computação, que foi inserido nesta edição do Vestibular Indígena. Para 2021, são oferecidas 88 vagas e houve a inserção de dois novos cursos: Ciência da Computação e Engenharia de Computação. Já os cursos de Ciências Biológicas, Enfermagem e Farmácia não abriram vagas para o ingresso em 2021.

Em relação à demanda, há cursos de todos os segmentos entre os mais procurados nessa edição do Vestibular Indígena: Nutrição (178 inscritos), Engenharia da Computação (137 inscritos), Administração (125), Pedagogia (112), Educação Física (79), Administração Pública (79), Engenharia Elétrica (60), Ciência da Computação (58) e Arquitetura e Urbanismo (38) são alguns exemplos. A lista completa está na página eletrônica da Comvest: www.comvest.unicamp.br.

O diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, destacou a mobilização dos estudantes indígenas da Unicamp como determinante nesse processo. “É muito importante destacar a mobilização dos estudantes indígenas neste ano, em particular. As condições adversas de estudo no contexto da pandemia indicava que teríamos menos inscritos. Ao mesmo tempo, a Unicamp tem sido exemplar no compromisso com os acadêmicos indígenas e no apoio oferecido a eles, mesmo no contexto do ensino remoto. Desta forma, considero que, com este número de inscritos, o Vestibular Indígena da Unicamp se consolida”.

Nessa edição do Vestibular Indígena, a Comvest irá aplicar a prova nas mesmas seis cidades do vestibular passado: Bauru (SP), Campinas (SP), Caruaru (PE), Dourados (MS), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM). O exame será realizado no dia 11 de abril de 2021 (seguindo o horário local). A prova será em língua portuguesa, composta de questões de múltipla escolha e uma Redação, da seguinte maneira: Linguagens e códigos (14 questões); Ciências da Natureza (12 questões); Matemática (12 questões); Ciências Humanas (12 questões); e uma Redação. O programa de estudos para a prova já está disponível no Edital, na página da Comvest. O ingresso dos aprovados ocorrerá em agosto de 2021.

Os candidatos deverão comprovar que pertencem a uma das etnias indígenas do território brasileiro, por meio da documentação especificada no Edital, a ser entregue no dia da prova do vestibular. Outro pré-requisito é que os candidatos tenham cursado o ensino médio integralmente na rede pública (municipal, estadual, federal), ou em escolas indígenas reconhecidas pela rede pública de ensino ou tenham obtido a certificação do ensino médio pelo ENEM ou exames oficiais (por exemplo, o Enceja) e não tenham cursado nenhum período do ensino médio na rede particular. Caso sejam aprovados no vestibular, os estudantes deverão comprovar as exigências, apresentando no ato da matrícula toda a documentação exigida.

Histórico

Na primeira edição do Vestibular Indígena Unicamp, realizada para o ingresso em 2019, a Comvest registrou 611 inscritos, que disputaram as 72 vagas oferecidas. Foram matriculados 64 estudantes, de 23 etnias do Brasil. Na segunda edição, realizada no ano passado, o número de inscritos subiu para 1.675, na disputa por 96 vagas, e foram matriculados 85 estudantes.

Ouça o depoimento do estudante Arlindo Baré, representante do Coletivo Acadêmicos Indígenas da Unicamp. Ele cursa Engenharia Elétrica e fez parte da primeira turma de ingressantes pelo Vestibular Indígena.