A Secretaria da Educação do Estado (SEC), juntamente com o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE/FGV), está realizando seminários regionais com a participação de professores da Educação Indígenas para a construção das Diretrizes Curriculares da Educação Escolar Indígena da Bahia. O primeiro encontro começou nesta segunda-feira (7) e prossegue até o dia 10, na Aldeia Acuípe de Baixo, em Ilhéus, no Sul baiano, seguindo todos os protocolos de segurança. Com a participação de 66 professores indígenas das etnias Pataxó, Pataxó Há Hã Hãe e Tupinambá, a atividade está buscando diagnosticar as demandas educacionais dos povos indígenas e planejar ações para o atendimento das demandas educacionais associadas às políticas identitárias e culturais próprias de cada povo indígena.
Representante da Coordenação da Educação Escolar Indígena da SEC, Larissa Raiara Cruz, explicou que as atividades têm o objetivo de dialogar e analisar aspectos norteadores, constitutivos, metodológicos e legais da Educação Escolar Indígena para a construção das suas diretrizes curriculares. “Estes seminários são um marco histórico para a Educação Indígena da Bahia. A construção das diretrizes, que servirá de base curricular para as escolas indígenas, é uma conquista que os povos indígenas vêm lutando há muito tempo e representa o seu protagonismo e a execução de uma educação específica, diferenciada e de qualidade”.

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Atuando na Educação Indígena há dez anos, a professora Naima Costa Castro Silva, do Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália, falou sobre a importância do seminário para a comunidade escolar indígena. “Este momento representa o indígena pensando e construindo a educação a partir do anseio de seu povo, contemplando as diversas comunidades e suas especificidades”, opinou a educadora da etnia Pataxó.

Professora indígena há 21 anos, Rita de Cássia Gomes Chaves relatou a experiência de participar do seminário, representando o Colégio Estadual Indígena Tupinambá de Olivença, no município de Olivença. “A construção do nosso currículo escolar nos traz uma grande vantagem que é sermos protagonistas de nossa própria educação. Nossa busca é por uma educação dinâmica, comunitária e de qualidade e que possamos dar a nossa cara na Educação Indígena da Bahia”.

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Educação Indígena – Os seminários terão carga horária de 40 horas cada, totalizando 120 horas e a participação de 180 professores das escolas indígenas. O segundo seminário será realizado de 14 a 17 de junho, no município de Paulo Afonso, com a participação de 63 professores das etnias Pataxó, Pataxó Há Hã Hãe e Tupinambá. E o terceiro seminário vai acontecer em Porto Seguro, com 50 professores das etnias Tuxá, Pankararé, Tumbalalá,kaimbé, Kantaruré, Kariri-Xocó,Truka-Tupãn, Payayá, Xucuru-Kariri, Tuxi e Kiriri. Atualmente, na Bahia, a Educação Indígena é exercida em 103 espaços escolares e 48 salas anexas e contempla 6.961 estudantes de 15 etnias que habitam em 130 comunidades indígenas.

Ascom/SEC