Juca Ferreira recebe relatora da ONU sobre os direitos dos povos indígenas
A presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, lembrou que existe um trabalho de reconhecimento e de promoção da tradição indígena no Brasil. Diversos sítios, saberes e expressões indígenas são registrados no Iphan como Patrimônios Culturais do Brasil. Jurema falou ainda sobre aproximação do Iphan com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o trabalho de valorização dos sistemas agrícolas ligados a povos indígenas.
Jurema Machado também respondeu pergunta da relatora das Nações Unidas sobre a existência de dados de línguas indígenas. “Há registros na Funai e em universidades brasileiras. Calcula-se a existência de 180 a 270 línguas”, afirmou. A presidenta do Iphan lembrou que o Brasil mantém parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Cultura e a Ciência (Unesco), que prepara mapa de línguas em perigo e a vitalidade de cada uma delas, e reconheceu que os projetos de conservação de línguas indígenas ainda estão aquém do ideal.
Intercâmbios
A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes, falou sobre o prêmio Pontos de Cultura Indígena, lançado no ano passado. Para ela, o edital significou uma retomada de contato do ministério com povos indígenas e possibilitou um mapeamento de diversas inciativas culturais. “Recebemos cerca de 800 propostas de projetos culturais de povos indígenas, que tratavam de rituais e do uso de novas tecnologias para manutenção da língua e produção de mídia”, comentou.
O diretor de Relações Internacionais do MinC, Gustavo Pacheco, lembrou que existem ações de intercâmbio com países vizinhos em relação a povos indígenas situados em espaços de fronteira. “Na Colômbia, por exemplo, há quatro projetos em andamento de territórios sagrados e línguas”, informou. O diretor citou também a existência de um fórum de representantes indígenas no Mercosul, mas reconheceu que ainda há muito a fazer nesse âmbito.
Gustavo Pacheco lembrou também o caso da foto de um casal de índios botocudos, com dorso nu, publicada na fanpage do MinC, que foi bloqueada pelo Facebook. O fato ocorreu em abril do ano passado e serviu como estopim para o desenvolvimento de políticas internacionais para tratar da ação de grandes plataformas digitais que, muitas vezes, resultam na violação de direitos culturais. A censura é vista pelo Ministério como violação à Constituição Federal e a tratados internacionais de promoção e defesa da diversidade cultural.
Por fim, Pacheco citou outras ações pontuais da pasta, como a premiação de indígenas na Ordem do Mérito Cultural e atividades voltadas aos indígenas dentro da programação cultural que será promovida pelo MinC nas Olimpíadas de 2016.












