Entre alguns povos, a figura materna pode ser estendida a outros parentes como tias. Entenda o processoindias mulheres

O conceito de mãe pode ser diferente entre indígenas e não indígenas. Foto: Divulgação/Agência Minas

MANAUS – A mãe é provavelmente a primeira pessoa que conhecemos. Primeiro porque somos gestados por elas e, depois, pela ligação que se estabelece através da educação. Entre praticamente todos os seres do reino animal é assim. O que muda é o conceito, como por exemplo, entre os povos indígenas e não indígenas. O Portal Amazônia conversou com um antropólogo para identificar as características e visão da mãe nos povos indígenas.


O conceito de mãe entre os indígena é difuso. Foto: Reprodução/Shutterstock

“A ideia de mãe, como a maioria das pessoas têm, é mais nossa do que dos indígenas. Para eles, a mãe é uma figura mais difusa”, compara o antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carlos Machado. “Existe a gestação, o nascimento, o período de aleitamento, igual para todas as mães. Afinal, são fases importantes”, explica. Mas os pontos em comum praticamente param por aí.


O conceito de mãe pode ser estendido as irmãs da mãe, por exemplo. Foto: Reprodução/Shutterstock

Entre alguns povos, passada esta fase, a mãe participa da gestão da vida do filho, mas em outros ela apenas gera a criança. Além disso, o significado de mãe vai além da genitora. “Ele é estendido para outras figuras. É quase uma coisa genérica. Para se ter uma ideia, em alguns povos, o termo usado para mãe é o mesmo usado para a irmã da mãe. Assim, se a criança tiver nove tias, na verdade ela tem dez mães”, explica. Entre os indígenas não há classes sociais, como a do homem branco. A coletividade é uma característica marcante entre eles.