A indígena Laureana Pataxó, era irmã do Cacique Jean Pataxó. Foto redes socias

Uma jovem índia foi morta na noite neste sábado (30) em uma reserva indígena, aldeia Bahetá, na cidade Itajú do Colônia, no sul da Bahia. Com 28 anos, Laureana Ferreira Borges, da etnia Pataxó Hahahãe, foi atingida por tiros disparados pelo seu próprio marido, dentro do banheiro de sua própria casa. O suspeito foi preso pela PM na Fazenda Bodas de Ouro, no distrito de Palmira e apresentado na delegacia de Plantão em Itabuna. Jefferson Dias, 24 anos, confessou o crime e ainda disse onde a arma estava. A indígena Laureana Pataxó, era irmã do Cacique Jean Pataxó, e muito querida na aldeia, deixa dois filhos, entre eles um bebê de 11 meses.

Em nota a  deputada estadual Neusa Cadore, que é Presidenta da Comissão dos Direitos Humanos e Segurança da Assembleia Legislativa da Bahia, se solidarizou com o ocorrido, além do prefeito de Itajú do Colônia e da vereadora indígena Sheila Payaya. Confira a nota na íntegra abaixo, e mais outras manifestações:

BASTA DE FEMINICÍDIO! LAURENA, PRESENTE!

No momento em que nos solidarizamos com a comunidade indígena da Bahia pela lamentável perda de uma liderança vítima da Covid-19, também recebemos com indignação e profundo pesar a notícia de um feminicídio na aldeia Bahetá, em Itaju da Colônia. A jovem Laurena Ferreira Borges, da etnia pataxó-hã-hã-hãe, foi brutalmente assassinada por Jeferson Dias Souza. Felizmente, a justiça foi rápida e o criminoso já se encontra preso.

Com apenas 28 anos, Laurena deixa dois filhos, entre eles um bebê de 11 meses, e teve interrompida uma vida cheia de sonhos e uma trajetória de luta em defesa da comunidade. Assim como ela, em média três mulheres são assassinadas por dia no Brasil, vítimas do feminicídio. Em quase 80% dos casos os agressores são os atuais ou ex-parceiros, como foi seu caso. Uma realidade que escancara o machismo estrutural da nossa sociedade e exige de nós, cada vez mais, a luta coletiva por ações efetivas de desconstrução dessa cultura machista e por políticas públicas de combate às desigualdades de gênero.

A violência doméstica contra a mulher tem crescido a cada dia, sobretudo no contexto da pandemia e da ascensão do governo fascista e de extrema direita no país. Não é à toa que as denúncias desse tipo de crime aumentaram 36%, comparado ao mesmo período de abril do ano  passado.

Nossa solidariedade aos povos indígenas da Bahia, ao Cacique Jean Pataxó e todos familiares de Laurena, amigos e comunidade da Aldeia Bahetá. Não podemos nos calar e nem naturalizar a violência. Seguiremos na luta por justiça e por Laurena e por todas as mulheres, reivindicando políticas públicas e contribuindo na construção de uma cultura de paz, onde todos e todas possam viver com dignidade e respeito.

Dep Estadual Neusa Cadore – Presidenta da Comissão dos Direitos Humanos e Segurança da Assembleia Legislativa da Bahia

 NEUSA HAMAGAI SHEILLA

Da Redação